A sala estava banhada por um brilho sutil e suave — o tipo de iluminação que suavizava as feições, mas aguçava a consciência. Akira entrou na instalação segura, com os olhos instantaneamente atraídos para a figura parada calmamente ao lado do console. Havia algo em sua presença que parecia dominar o próprio ar, como um ritmo silencioso sob o ruído do mundo.
Natasha Romanoff.
Ele já ouvira sussurros antes — histórias sobre a Viúva Negra, a lendária espiã que se movia pelas sombras com uma graça letal e um intelecto afiado como uma lâmina. Mas nada poderia tê-lo preparado para a realidade.
Ela era um contraste marcante de elegância e perigo, seus cabelos ruivos refletindo a luz fraca como chamas congeladas no tempo. Seus olhos, afiados e calculistas, guardavam mil segredos, mas brilhavam com algo mais suave sob a superfície — uma vulnerabilidade que só aqueles que a conheciam de verdade conseguiam vislumbrar.
Akira prendeu a respiração, a sensação era desconhecida, mas elétrica.
Seus olhares se encontraram — o olhar dela era firme, indecifrável. Por um instante, o tempo pareceu parar, o zumbido da sala se esvaindo em silêncio.
"Você deve ser Akira", ela disse, com a voz suave, confiante, mas cheia de curiosidade.
Ele assentiu, sem conseguir encontrar a voz por um instante. Então, se recompondo, respondeu: "Sim. E você deve ser Natasha Romanoff. É... uma honra."
Um breve sorriso curvou seus lábios, pequeno, mas genuíno. "O sentimento é mútuo."
Akira se aproximou, inexplicavelmente atraído pela aura que ela exalava. Havia uma força ali — temperada por anos de sofrimento e sofrimentos suportados sozinho — e, ainda assim, por baixo dela, uma centelha de calor que despertava algo profundo dentro dele.
"Como é possível", ele começou, "que alguém tão formidável ainda possa parecer tão… humano?"
O sorriso de Natasha se aprofundou, tomado por um lampejo de surpresa. "Porque somos todos humanos por baixo das camadas, Akira. Mesmo aqueles de nós que caminham pelo fogo."
Ele a observou, hipnotizado pelo poder silencioso que ela irradiava. "Já enfrentei monstros, titãs e até deuses. Mas conhecer você... é diferente."
Ela inclinou a cabeça, intrigada. "Diferente como?"
"Porque você não usa seu poder como uma armadura", disse ele suavemente. "Você o carrega como um segredo — algo sagrado."
Houve uma pausa, um entendimento compartilhado que fez a ponte entre dois mundos.
Os olhos de Natasha se suavizaram e, por um instante, a espiã se tornou simplesmente uma mulher diante de um homem que a via de verdade. "Não é fácil", admitiu. "Confiar. Deixar alguém ver quem você realmente é."
Akira respirou fundo, sentindo a gravidade do momento. "Talvez seja por isso que estou aqui — para te lembrar que você não precisa."
Um leve rubor surgiu em suas bochechas, sutil mas inegável.
A conversa foi interrompida pelo eco distante de passos, mas a conexão entre eles permaneceu — silenciosa, elétrica.
Enquanto Natasha se movia para cuidar de seus afazeres, Akira percebeu que o olhar dele permanecia nela, e a agitação em seu peito se tornava cada vez mais impossível de ignorar.
Ele percebeu, com uma clareza repentina, que aquele não era um encontro comum. Era o tipo de momento que mudava destinos.
Ele estava caindo, caindo forte e rápido.
Mais tarde, na silenciosa solidão de seus aposentos, Akira relembrou cada detalhe: a maneira como seus olhos fixaram os dele, a suavidade sob seu aço, o calor inesperado que havia se enraizado em seu coração.
De uma coisa ele tinha certeza: Natasha Romanoff era diferente de qualquer pessoa que ele já conhecera. E o sentimento que ela despertava nele era profundo e inegável.
O amor, ele pensou, era um poder por si só.